A Última Livraria do Bairro
Dona Lúcia abre a porta às sete em ponto, mesmo sabendo que talvez ninguém entre o dia inteiro. Os livros estão empoemirados, mas organizados como soldados fiéis. Ela conhece cada leitor que já passou por ali: o menino que lia quadrinhos escondido atrás da estante, a viúva que chorava com romances argentinos, o adolescente que descobriu poesia e nunca mais foi o mesmo. Um dia, colocará a placa de “fecha para sempre”. Até lá, resiste, porque enquanto houver uma livraria aberta, o bairro ainda tem alma.




